"Eu te amo mais." ele falou.
Não ama, não. Quem ama não enrola, não omite, não mente, não engana, não esconde, deixa tudo claro, é verdadeiro, pede desculpas e se sente culpado se faz algo errado.
"Não." nego porque sei que é a verdade.
"Você sabe que é verdade."
"Não é."
Não é verdade, pois quem quer arranja um jeito, quem não quer arranja uma desculpa.
"Amo, sim. E pra sempre vou te amar mais, mais que tudo." e fez aquela expressão de cãozinho-abandonado-me-leva-para-sua-casa-e-me-perdoa-se-eu-bagunçar-a-sua-vida-?
Por que ele não pode ser um canalha comum? Desses que eu dispenso sem o menor dó, pois eu sei que tem caras melhores que ele por aí.
Ele tinha que ser um canalha fofo, que me ama mais que tudo, que se preocupa em saber como foi meu dia. Esse canalha do qual eu não consigo ter raiva. Esse canalha que pensa que me engana quando eu sei das verdades, que me enrola achando que eu cai nessa.
Por que logo eu, hein? Logo eu que sempre prometi estar no controle da situação, não me deixar enrolar. Logo eu, logo eu.
"O que eu vou fazer com você?" penso em voz alta.
"Tudo." ele sorri daquele jeito me pedindo perdão por ser idiota e eu, mais idiota ainda, perdoo.
Fim do capítulo 109;
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