O ano começava novamente, era estranho.
Para que tanta comemoração por algo tão... comum? - pensava a garota.
Foi só mais um ano ruim que se passou e era a entrada de um período novo - que ninguém sabia se seria bom ou não. Porém que todos comemoravam com seu maior otimismo ligado.
Todos esperam que o ano que está por vir seja lindo, maravilhoso, que só tenha coisas boas, que todos tenham muita saúde, muito dinheiro, muito amor e tudo mais. Se todos desejam tudo isso para todos, por que quase nunca isso se realiza?
Talvez por falta de vontade na hora de desejar, talvez má vontade ou talvez essa coisa de desejar coisas boas para alguém não existisse mesmo.
Talvez nem toda a energia e pensamento positivo do mundo pudessem interferir nos planos do nosso mestre destino.
A garota assistiu os fogos se explodirem numa gama de cores que era incrível, porém não conseguia sentir nada por dentro. O ano novo não era nada demais.
Quando os ponteiros do relógio se sincronizaram à meia noite, as explosões coloridas se intensificaram. A garota pensou em fazer um pedido, mas seria pensamento desperdiçado.
Não havia nada que ela quisesse que pensamento positivo no mundo pudesse dar a ela.
Ficara ali, na varanda de sua casa com sua família a observar o céu explodindo em sua frente. Mas ela não conseguia prestar muita atenção.
Só duas pessoas conseguiam dominar o pensamento da garota e nenhuma dessas duas eram muito bem vindas ali.
Um - ela sabia que nunca poderia tê-lo ali, nem em seus melhores devaneios -, outro - ela não sabia o que ele fazia vagueando por ali.
Por que você não vai importunar outra pessoa, huh? - sussurrou para si mesma, ao tentar eliminar os dois de sua mente.
Num piscar de olhos, olhou automaticamente para o lado e viu seu pai estourar uma
champagne.
Ele colocou num copo a quantia que quase fez o copo pequeno transbordar e entregou a garota.
Todo ano ela tomava um gole. Que mal havia?
Tomou o copo em suas mãos e novamente o incômodo.
Saiam daqui. Agora!
Mas nem toda a
champagne do mundo poderia afastar os dois dali.
Tomou seu gole de sempre, e mais um, e mais um, e mais um.
Vão dar uma volta pela cidade, vão. Hey, aqui, um incentivo.
E de repente, eles estavam fora dali, pelo menos por enquanto.
E então, ela foi e desejou um feliz ano novo a seus outros familiares e depois fora dormir.
E apesar de seu pensamento ser contrário, eles voltaram.
Eles sempre voltam, não é? - pensou enquanto embrenhava o rosto no travesseiro.
Bem vindo, 2O1O.
Fim do capítulo 62;