06 maio 2012

Capítulo 123


Eu não estava realmente acordada, nem realmente dormindo e às vezes confundia sonho com realidade. Os dois tinham a mesma validade para mim. Minha cabeça doía - assim como todo meu corpo -, mas era um tipo diferente de dor. Meu corpo formigava e eu me sentia aérea e aleatória a tudo que acontecia ao meu redor. Os dias passavam num flash e não consigo me decidir por onde definir a divisão dos dias. A hora de dormir se emendava com a hora de acordar e todo o resto não faz sentido: me decido, afinal. O "tic tac" do relógio me incomodava por ser tão alto num momento tão silencioso como a madrugada. Afinal, esse "tic tac" não é nada mais que uma contagem regressiva: eu só não sei para quê. Me sentia dispersa e aleatória logo que nada que faço tem mais importância que mais um dos grãos de areia da praia. "O que vou fazer da vida?", me pergunto enquanto a vida me enrola como num carretel - ou num carrossel.
E permaneço aleatória, num mar de opções, submersa em todas essas escolhas sendo que sou uma criatura terrena.

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