17 abril 2012

Capítulo 121 - Alice, where are you running to?


Vejo as pesssoas (quase que) correrem por mim enquanto com meus passos apressados (e apertados) me dou conta de que sou uma delas.
Para onde todo mundo está sempre correndo?
Um rapaz com uma coleira vermelha ao pescoço (gravata, eu quis dizer) não espera  e passa ao meu lado correndo na faixa de pedestres enquanto ela está vermelha ainda (da cor da sua coleira.). Quase foi pego pelo carro.
A moça ao meu lado balança o pé e mexe nos cabelos impaciente. (De tanto passar por ali, sei que o intervalo do farol é de quinze segundos e me preocupo por saber que a moça não pode esperar 1/4 de segundo). O sinal abre e a maior parte das pessoas sai correndo. (Pois ao contrário dos touros, o que as faz correr é o verde).
Caminho em direção à plataforma me certificando de que é essa a plataforma correta. Olho para os lados por motivo algum enquanto as pessoas ao meu redor parecem se sentir incomodadas com isso.
O trem chega e quem ainda está dentro do vagão não tem espaço para sair devido à multidão querendo entrar. Espero todos entrarem, enquanto vejo um lugar vazio para "descansar". O "rapaz" ao meu lado - no banco preferencial - se levanta para uma moça sentar.
"Não." eu protesto em tom normal. "Pode sentar aqui." levanto e percorro as próximas nove estações em pé.
O garotinho ao meu lado me olha incomodado enquanto sua mãe reclama para ele se sentar.
Desço do trem, com certa dificuldade enquanto tento manter fôlego subindo as escadas com pressa por causa do horário.
Abro minha bolsa com cuidado enquanto pego meu celular e digito uma mensagem. Respiro fundo enquanto tento me acalmar de uma viagem turbulenta. Digito outra mensagem e paro ao lado do garoto enquanto digo "Desculpa, eu tô atrasada."
Atrasada para que mesmo?
Prendo minharespiração enquanto ele não me responde. E ele não o faz. Só sorri para mim e passa o braço ao redor da minha cintura.
"Tudo bem." ele tira meu ar (ou o que restava dele) só com o olhar.
"Uhum." é tudo o que eu consigo murmurar, muito embora eu saiba que não está tudo bem.
Mais uma vez, respiro fundo e seguro a respiração tentando fazer aquele momento durar para sempre enquanto ele me sorri de lado.
Quando foi que nós perdemos o tempo até mesmo para respirar?


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