12 janeiro 2012

Capítulo 118 - The nightmare before Christmas



“Tô te esperando no café, amor.” leio a mensagem no visor do celular assim que passo pela porta.
Uns vinte minutos até chegar à estação. Lá, passo o cartão magnético na catraca verificando quantas passagens ainda tenho até ter que recarregar novamente.
“Que engraçado o vagão quase vazio a essa hora.” penso enquanto me acomodo num assento próximo à janela.
“Você ainda vai demorar?” leio a mensagem vendo as cores do céu se misturarem como na paleta de uma grande pintor.
“Quinze, vinte muitos talvez, amor. Por quê?” respondo reparando que a garota à minha frente está usando um vestido lindo, que combina muito bem com seus olhos verdes.
“Por nada.” leio e seguro o celular com força em minha mão enquanto observo a primeira estrela aparecer no céu.
Espero mais três, quatro estações reparando no quão apressadas as pessoas nessa cidade são. E vi uma garotinha ruiva - já comentei que gostaria de ser ruiva?
Caminho sem pressa até a entrada do café estranhando não ter recebido mais nenhuma mensagem. 
Respiro pensando no quanto devo ser paranoica e empurro a porta de vidro à minha frente. Vasculho com rapidez o ambiente numa análise de onde você pode estar.
E numa mesa próxima ao bar está você. Mas antes de dar meu primeiro passo vejo que você está acompanhado de uma garota. (E por acaso, ela é ruiva.) Me decido mentalmente entre ir embora e ir tomar satisfações com você e me decido pela segunda opção. Caminho com passos aflitos até vocês dois e interrompo aquilo que minha vista recusou a acreditar que era um beijo, mas realmente era.
Chamo seu nome e observo a garota se afastar levemente de você com a boca avermelhada.
“Juro pra você que posso explicar.” você diz com a respiração descompassada.
“Não adianta, querida.” a garota diz se levantando e passando por minhas costas até chegar a você novamente. “Você nunca será o suficiente. Não vê que eu sou melhor que você em tudo?” ela fala passando a mão por sua nuca. “Seu namoradinho não te ama. Teu garoto agora é meu.” ela dá as costas e rebola de um jeito esquisito até a porta, e te levando junto consigo.
Me sento arrasada na mesa enquanto a atendente pergunta se eu desejo algo.
“Um café.” digo sem pensar.
Você sempre pede isso pra ele, sua burra: Você não toma café.
“Ah, na verdade, um chocolate quente, por favor.”
E fecho os olhos com força encostando a cabeça à mesa.

E acordo assustada abrindo com pressa os olhos procurando por você. E te vejo me desejando feliz Natal, perguntando se quero ir abrir os presentes.
“Não gostaria mais de ser ruiva.” comento enquanto você me abraça me levando até a sala.
“Por quê?” você pergunta divertido.
“Longa história.”

0 notas de rodapé: