Nós esqueceríamos — ou pelo menos fingiríamos — que tudo mudou e tentaríamos nos falar normalmente?
"Ei, como você está?" seria sua pergunta.
"Como você acha que tem sido sem você? Tem sido péssimo."
Eu quis falar com você todos os dias, eu quis te ver, quis te abraçar, quis dizer que senti sua falta, quis você aqui aqui. Não queria nunca ter deixado você ir embora. Será que se eu tivesse pedido, teria feito diferença?
Mas eu espanto todos esses pensamentos e digo, simplesmente:
"Estou fazendo o melhor que eu posso." coisa que não é mentira, e disfarça tudo o que eu queria dizer.
Pergunto como você está, esperando que sua resposta não me faça sentir boba por sentir falta de você.
Você se demora um pouco; eu me pergunto se você está repensando sua resposta ou se você está simplesmente conversando com outras.
"Senti sua falta, sabe?"
Três palavras. Três palavras bobas e você me ganhou de novo. Três palavras bobas e eu revivi tudo novamente.
Desde o momento em que nós nos conhecemos — o seu jeito de me pedir para falar mais devagar, do seu jeito de me dizer 'tchau', o seu jeito bobo de perguntar como as palavras são escritas, o seu jeito de pedir a lição emprestada — até a última vez em que conversamos.
"Eu também senti." queria dizer, mas tudo o que eu consigo fazer é olhar para a janela de conversa.
Olhar encantada para as palavras que você disse é tudo o que eu consigo fazer por um tempo. Até eu respirar bem fundo, fechar os olhos e desejar com todas as minhas forças que você esteja aqui.
Fim do capítulo 101;
0 notas de rodapé:
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