23 janeiro 2012
Capítulo 119
“Meu amor.” ele disse enquanto passava a mão pelos braços dela.
“Hm.” ela murmurou ainda sonolenta se arrumando na cama.
“Eu só queria saber se você ainda estava acordada.” mexeu no cabelo dela.
“Certeza, amor?” ela abriu os olhos devagar olhando para ele.
“Uhum. Volta a dormir. Eu amo você.” fez carinho na bochecha dela enquanto a observava fechar os olhos.
“Eu amo você bem mais.” ela encostou a mão no peito dele sentindo a sua respiração.
“Dorme bem, meu amor.” ele encostou a boca devagar no rosto dela, tentando não acordá-la novamente.
E ficou a observando dormir o resto da noite, perguntando a si mesmo se existia paisagem mais bonita que aquela.
12 janeiro 2012
Capítulo 118 - The nightmare before Christmas
“Tô te esperando no café, amor.” leio a mensagem no visor do celular assim que passo pela porta.
Uns vinte minutos até chegar à estação. Lá, passo o cartão magnético na catraca verificando quantas passagens ainda tenho até ter que recarregar novamente.
“Que engraçado o vagão quase vazio a essa hora.” penso enquanto me acomodo num assento próximo à janela.
“Você ainda vai demorar?” leio a mensagem vendo as cores do céu se misturarem como na paleta de uma grande pintor.
“Quinze, vinte muitos talvez, amor. Por quê?” respondo reparando que a garota à minha frente está usando um vestido lindo, que combina muito bem com seus olhos verdes.
“Por nada.” leio e seguro o celular com força em minha mão enquanto observo a primeira estrela aparecer no céu.
Espero mais três, quatro estações reparando no quão apressadas as pessoas nessa cidade são. E vi uma garotinha ruiva - já comentei que gostaria de ser ruiva?
Caminho sem pressa até a entrada do café estranhando não ter recebido mais nenhuma mensagem.
Respiro pensando no quanto devo ser paranoica e empurro a porta de vidro à minha frente. Vasculho com rapidez o ambiente numa análise de onde você pode estar.
E numa mesa próxima ao bar está você. Mas antes de dar meu primeiro passo vejo que você está acompanhado de uma garota. (E por acaso, ela é ruiva.) Me decido mentalmente entre ir embora e ir tomar satisfações com você e me decido pela segunda opção. Caminho com passos aflitos até vocês dois e interrompo aquilo que minha vista recusou a acreditar que era um beijo, mas realmente era.
Chamo seu nome e observo a garota se afastar levemente de você com a boca avermelhada.
“Juro pra você que posso explicar.” você diz com a respiração descompassada.
“Não adianta, querida.” a garota diz se levantando e passando por minhas costas até chegar a você novamente. “Você nunca será o suficiente. Não vê que eu sou melhor que você em tudo?” ela fala passando a mão por sua nuca. “Seu namoradinho não te ama. Teu garoto agora é meu.” ela dá as costas e rebola de um jeito esquisito até a porta, e te levando junto consigo.
Me sento arrasada na mesa enquanto a atendente pergunta se eu desejo algo.
“Um café.” digo sem pensar.
Você sempre pede isso pra ele, sua burra: Você não toma café.
“Ah, na verdade, um chocolate quente, por favor.”
E fecho os olhos com força encostando a cabeça à mesa.
E acordo assustada abrindo com pressa os olhos procurando por você. E te vejo me desejando feliz Natal, perguntando se quero ir abrir os presentes.
“Não gostaria mais de ser ruiva.” comento enquanto você me abraça me levando até a sala.
“Por quê?” você pergunta divertido.
“Longa história.”